Os meses de agosto e setembro foram meses que nem acredito que acabaram, foi trash.
Esse ano de 2014 tá pesado, tá difícil, tantas coisas aconteceram, coisas ruins mesmo. Mas não posso ser ingrata, mtas coisas boas aconteceram também.
Meu último post foi na metade de julho, estava firme na academia, estava voltando a entrar nas minhas roupas, até nem postei mais em julho, mas foi estável.
Agosto começou com tudo...
Eu já comentei que trabalho num hospital, e então tive um familiar que passou muito mal estava em uma unidade de atendimento pública e como eu trabalho num hospital público fiz de tudo para trazê-lo aonde eu trabalho, e deu certo.
Ficamos super felizes (eu e a família toda, afinal somos muito unidos, estávamos muito preocupados), então no dia que o internei já pensei: "ah, hoje ele fica aqui na emergência e amanhã ele vai pro quarto, provavelmente na enfermaria 3". Beleza, fui embora cheguei cedo outro dia para trabalhar e já fui na emergência ver meu familiar para saber como ele estava, e quando iria para o quarto.
Quando olhei para ele quase não reconheci, ele estava muito mal. Um dia antes ele conversou normalmente comigo, no outro piorou de uma forma...
Enfim, assim que cheguei o médico pediu para falar comigo falando que precisava explicar uma situação e perguntou se eu queria chamar mais alguém e assim fiz.
O médico conversou primeiramente somente comigo, quando ele me contou que os fígados do meu familiar tinham parado quase que eu parei, chorei demais, o pior foi que ele me disse que ele teria que ser entubado, foi ai que comecei a desmoronar, vi que a coisa era séria, vi que era grave, vi que poderia acontecer uma tragédia, fui informada que meu familiar aguardara uma vaga na UTI.
Agosto foi um mês intenso, eu nem sei como sobrevivi. Chegava no hospital ia direto para UTI falava com os médicos a situação só piorava, morria de chorar, meu Deus, que dor. Quando a minha família vinha fazer visita eu não chorava, tentava ser forte, tentava ter fé, tentava não passar o desespero, pois eu imaginava que se eu estivesse desesperada ai sim eles pensariam "é não tem mais jeito".
Dor, dor e mais dor, cada dia o médico dava uma notícia ruim. Primeiro o fígado, depois os rins pararam, depois o pulmão (ele tinha 51 anos), desespero e mais desespero.
Até que dia 1º de setembro às 11h a médica me chamou para conversar e falou "aparentemente ele está com uma morte cerebral, precisamos de 24 horas com a sedação desligada para confirmar isso."
Meu Deus, que dor! Que dor, ainda tinha fé, talvez em 24 horas ele pudesse ter uma reação, pudesse reviver.
Mas às 20h22 (horário marcado pra mim, dramático, triste) recebi uma ligação do hospital, pois trabalho até as 16h30 e já estava em casa. Como eu era a responsável pelo "paciente" eu fui a primeira a ser comunicada, eles não me deram a noticia por telefone, eticamente não pode, mas eu já sabia, cheguei no hospital e doeu, doeu, doeu.
Ver o caixão ser carregado para entrar na capela foi uma das piores cenas em toda a minha vida. Não gosto de lembrar, mas faz parte do luto.
Hoje faz 1 mês e 1 dia, e a dor não diminui a dor continua ali, depois que ele faleceu precisei ir na UTI, pois é meu trabalho, mas chorei tanto, tanto. Ontem fui na UTI, depois chorei tanto, tanto.
Dói, machuca, parece não ter fim, uma tragédia aconteceu em minha vida e achei que nunca iria passar por isso.
Resultado desses 2 meses sem me cuidar: 62,3kg, ou seja, 5,8kg a mais do que o último post.
Segunda voltei a fazer academia.
A vida tem que continuar.